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Fobia: o medo incontrolável

Algumas pessoas têm medos que costumam chamar a atenção. Uns têm medo de animais, como cachorros, baratas e mariposas, outros não podem ver sangue ou mesmo imaginar uma viagem de avião. Tem gente que prefere subir vinte andares de um edifício pelas escadas a entrar num elevador. Enfim os medos são muito variados, uns mais comuns e outros mais curiosos, como medo de palhaços e de comer algum tipo de alimento. Porém há diferenças entre o medo e a fobia.

O CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) diz que a fobia é um medo exagerado de algo específico que não representa nenhum perigo real. Os sintomas são de pânico: coração e respiração acelerados, suor excessivo, medo de morrer e de perder o autocontrole, tremores nas mãos, pernas ou no corpo todo, etc. Eles variam muito de pessoa para pessoa.

Medo de barata muita gente tem. Fobia de barata menos pessoas têm. A fobia paralisa, é uma experiência terrível para o fóbico. Por mais que os amigos digam que a barata (ou qualquer outro objeto temido) é apenas um inseto que não pode lhe fazer mal, ela persiste e induz a pessoa a resistir aos conselhos, tendo apenas vontade de ir embora, achando que não merecia estar passando por aquela situação. Além disso, o fóbico costuma ter vergonha disso, afinal ele sabe que a barata (ou o elevador, sangue, palhaços, etc.) não lhe representa perigo.

Além do medo específico de algo, a fobia pode ser social. Muitas vezes confundida com uma “timidez exagerada”, a fobia social apresenta os mesmos sintomas que a específica, que está descrita acima. Só que o indivíduo tem um medo exagerado de situações sociais, seja conversar com alguém, ir para a escola, passeios, namorar, e a mais comum entre elas, a de falar em público. Essas pessoas sofrem muito com o prejuízo social, estão mais inclinadas a ficarem deprimidas, têm menos amigos e namoram menos.

É um problema sério, porém poucas pessoas procuram tratamento precocemente. Costuma-se interpretar esses casos como algo passageiro, “besteira”, ou que não há possibilidades de cura, mesmo quando já há prejuízos significativos. A falta de informações sobre o problema é um obstáculo importante contra o tratamento, pois muitas pessoas não acreditam que existam outras pessoas com problemas parecidos, por isso ignoram o fato que existem terapias. Há também o medo de ser rotulado de “louco”, o que dificulta uma consulta com um psicólogo ou psiquiatra.

O tratamento envolve também a psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental, por exemplo. Nela o paciente é convidado a aprender novas habilidades que o ajudam a lidar com a fobia, diminuir a ansiedade e avaliar seus conceitos sobre esse problema. Tem grande eficácia principalmente quando o paciente está bastante motivado.

O mais importante é procurar ajuda profissional, pois esse não é o tipo de problema que passa com o tempo, muito pelo contrário, tende a piorar. Enfim não há razão para ficar com essa “pedra no sapato” quando o tratamento existe e é eficaz.

Psc. Renato de Mendonça Vidal (CRP 13/4146)

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